Meu Pai

Dr. Rodovalho Rego Souto

Doutor na arte de ensinar, cuidar, amar, se doar, seduzir, aprender, dividir, multiplicar, mestre nas sabedorias e na forma de aplicar seu conhecimento, fazendo da sua vida e de tudo que viveu um grande motivo para ser grato, por tudo que conquistou, e ainda vai conquistar através dos que ficarão; do irmão que sempre guardou em um lugar muito especial de muita admiração e carinho, pois dividiu com ele suas brincadeiras, aventuras de uma infância curta, interrompida pela perda do pai aos 10 anos de idade, muito cedo, teve que ser responsável pela própria vida e dos irmãos e da mãe querida que cuidou até os últimos dias de sua vida, Dôzinho para os íntimos já conquistava desde muito cedo todos que o cercavam, e sempre muito grato por cada pessoa que passou em sua vida, cada gesto, cada carinho e cada oportunidade que a vida lhe deu. Sua professora de primário Dona Helena jamais foi esquecida por ele, pois ela foi quem dividiu com ele momentos de dedicação, carinho e principalmente confiança na capacidade dele, e isso fez com que ele se sentisse forte, inteligente, capaz de superar um de seus primeiros obstáculos que era entrar para o Colégio Pedro Segundo, imagino que Helena conseguiu ver no Rodó o brilho nos olhos, que todos nós conhecemos que ele sempre teve, brilho de esperança de um país melhor, mais justo e digno, brilho de acreditar na capacidade do ser humano de se superar a cada dia, brilho de acreditar que devemos ajudar a quem precisa, de não desesperar diante dos desafios, acreditar sempre que podemos tudo com responsabilidade.

Teve uma vida bastante corrida, apesar de viver 90 anos, uma vida para ele era pouco, pois sempre teve muita energia para gastar, alguns amigos de Rodovalho quando souberam da sua morte, falaram: Puxa nos deixou tão cedo, pois é rompeu os conceitos do velho e do novo, preferiu viver para Servir Sempre, dedicou sua vida as causas da sociedade e sempre em defesa do Socialismo.

Amou e sempre teve muito orgulho de cada filho, do jeito que cada um era, amou seus sobrinhos como filhos, sua cunhada que mais era uma irmã, sua irmã por quem tinha muito carinho, suas mulheres e sua esposa e companheira.

Tivemos um grande pai e amigo, os momentos com ele sempre eram muito especiais e ricos, ensinou o verdadeiro papel da mulher na sociedade, ajudou a construir todos os valores e nos fez buscar sempre o lado bom de todas as coisas, nos fez saber que tudo que vivemos é e sempre será importante, mas não tem o poder de interferir em nosso presente e futuro, a não ser como experiência é claro, tratou nossos traumas, defeitos e virtude como dádiva da vida. Pois sempre nos ensinou acreditar no poder da nossa mente. “Não somatizar e sempre estudar para avançar.

Agora falar das suas meninas filhas; Rovane, Soninha e Janaina, por elas e para elas; cuidou, educou, amou e procurou ouvir e aconselhar sem julgar e sem impor.

Dizia: “A mulher precisa ser independente, pois só assim ocupará seu espaço na família, no amor e principalmente na sociedade”, nos estimulou e nos incentivou sempre.

Com os filhos vieram os genros, noras e netos que também acolheu como parte importante da sua vida, dividiu com todos, momentos que ficarão marcados para sempre, rompeu barreiras, conceitos e preconceitos, viveu cada momento da sua vida intensamente, apesar de pequeno na estatura sempre pareceu um gigante para todos nós.

Amou, brincou, riu, chorou, perdeu e ganhou, mais viveu, viveu, viveu e agradeceu sempre, sempre ao criador

Ficou para todos nós como exemplo de vida a Gratidão e o Amor Incondicional. Foi sempre nosso grande amigo.